5 destinos pouco explorados com relevância Geopolítica
- andrechrodrigues
- 18 de mar.
- 3 min de leitura
Quando pensamos em destinos de viagem, normalmente imaginamos lugares como Paris, Nova York ou até mesmo Bangkok. Mas o mundo é muito mais vasto e cheio de lugares pouco conhecidos.
Há países e regiões que, apesar de pouco explorados pelo turismo tradicional, são profundamente marcados por eventos geopolíticos que moldaram (e ainda moldam) o cenário global.
Neste artigo, vamos explorar 5 destinos fora do radar turístico comum, mas que carregam um peso histórico, político e estratégico imenso. Lugares onde cada rua conta uma história e cada fronteira revela tensões, alianças e identidades em construção.
1. Kosovo – o país mais novo da Europa
Reconhecido como independente por mais de 100 países desde 2008, o Kosovo ainda vive uma situação diplomática delicada. A Sérvia, da qual se separou após anos de conflitos sangrentos nos Bálcãs, não reconhece sua soberania, o que gera tensão constante na região.
Por que visitar? Pristina, a capital, pulsa com juventude, arte de rua e uma cena cultural vibrante. Monumentos como a Biblioteca Nacional e o monumento NEWBORN são símbolos da luta por identidade. Também vale visitar o Monastério de Gračanica, patrimônio da UNESCO, e as ruínas romanas de Ulpiana.
Dica: A moeda é o euro, mas o idioma predominante é o albanês. Transporte público funciona bem, mas alugar um carro dá mais liberdade para explorar.

2. Geórgia – onde Europa e Ásia se cruzam
A Geórgia é um país com alma europeia e corpo asiático. Desde a dissolução da URSS, tem buscado se alinhar ao Ocidente, o que provocou tensões com a Rússia — culminando na guerra de 2008 e na ocupação das regiões da Abecásia e Ossétia do Sul.
Por que visitar? Tbilisi, a capital, é charmosa, colorida e cheia de contrastes. As montanhas de Kazbegi e os monastérios escavados nas rochas de Vardzia impressionam. A região vinícola de Kakheti oferece alguns dos vinhos mais antigos do mundo.
Dica: O idioma é o georgiano (com alfabeto próprio), mas muita gente jovem fala inglês. A gastronomia é um espetáculo à parte: não deixe de provar khinkali e khachapuri.

3. Moldávia – entre a União Europeia e a Rússia
A Moldávia é frequentemente citada como o país menos visitado da Europa — mas esconde histórias fascinantes. Entre sua capital, Chișinău, e a região separatista da Transnístria, o visitante encontra uma Moldávia dividida entre o passado soviético e o futuro europeu.
Por que visitar? Chișinău é uma capital tranquila, cheia de parques e cafés. A poucos quilômetros, você encontra Cricova, uma cidade subterrânea. Na Transnístria, a cidade de Tiraspol é como uma cápsula do tempo soviética.
Dica: Para visitar a Transnístria, é preciso atenção extra aos documentos e às regras locais, e leia nosso artigo sobre a Transnístria.

4. Omã – O guardião silencioso do Golfo Pérsico
Enquanto seus vizinhos como Emirados Árabes e Arábia Saudita ganham destaque com arranha-céus e megaprojetos, Omã mantém uma postura discreta e diplomática. É uma das nações mais estáveis do Oriente Médio, com forte influência no estreito de Ormuz, uma das rotas marítimas mais estratégicas do mundo.
Por que visitar? Omã oferece montanhas imponentes, desertos dourados e um litoral espetacular. Mascate, sua capital, é uma fusão de tradição e modernidade. Nizwa, antiga capital, revela a essência da cultura omanense.
Dica: O país é conservador, então roupas mais discretas são recomendadas. A melhor época para visitar é entre novembro e março, quando o clima está mais ameno.

5. Armênia – Primeira nação cristã do mundo, entre gigantes
A Armênia foi o primeiro país a adotar o cristianismo como religião oficial, no século IV. Seu passado é marcado por tragédias como o genocídio armênio e conflitos territoriais com o Azerbaijão, especialmente em relação à região de Nagorno-Karabakh.
Por que visitar? Yerevan é uma capital vibrante, com cafés modernos e praças repletas de vida. O Mosteiro de Geghard e o templo pagão de Garni são paradas obrigatórias. O Lago Sevan oferece paisagens de tirar o fôlego.
Dica: Armênios são extremamente hospitaleiros. Apesar do alfabeto diferente, muitos jovens falam inglês. Aproveite para experimentar pratos como o khorovats (churrasco local) e o lavash (pão tradicional).

Conclusão
Viajar com consciência geopolítica é enxergar além da paisagem — é entender o que aquele lugar representa no mundo, o que já enfrentou e para onde está indo. Esses cinco destinos provam que os lugares menos visitados são, muitas vezes, os mais ricos em significado.
Se você quer explorar o mundo com um olhar mais profundo e sair do roteiro comum, talvez esteja na hora de colocar um desses países no topo da sua lista.
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